quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tempo?

A pressa da vida
atropela minha poesia

E é por isso que eu destoo dos relógios,
é por isso que os odeio.

Se eu digo: É hora de dedicar-me a um amigo.
Eles dizem: Não, há tanto para fazer ainda...

Se eu digo: É hora de exercitar a delícia do ócio!
Eles me acusam: Preguiçosa!

Se eu digo: É hora de partir.
Eles dizem: Fica.

Se eu digo: É hora de amar.
Eles dizem: Já é tarde.

E ainda supõem me enganar assim...
Ah, coitados! Esses servos das convenções...

Meu tempo, eu crio, uso, divido como e com quem me apetece.

Eu não uso algemas!

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