sábado, 19 de abril de 2008

EU


Sou capaz de entrar e sair, sem que me notem,
Falo pouco, e categoricamente,
Não me ajusto, contrario e sinto prazer nisso.

Conservo a timidez dos fortes,
A inércia dos covardes,
E minhas palavras são sempre muito melhores que eu.

Olho sempre nos olhos,
E repudio quem se intimida com isso,
Porque sim, há quem se intimide...

Eu sou mesmo assim,
Os outros é que erram,
E me idealizam, esperando de mim,
Tudo em demasia.

Eu não espero,
Não tenho paciência nem mesmo pra planos,
E sigo sem rumo,
Porque possuo a íntima certeza,
De que é sem rumo,
Que se chega aos destinos mais certeiros.

Um comentário:

Érico Marin disse...

Este é realmente seu auto-retrato ou a descrição do seu eu-lírico? De qualquer maneira, impressiona, tem um quê de independência e intensidade que assusta... É visceral a forma com que você combinou as palavras pra tentar dar forma ao que você considera ser sua essência.