domingo, 13 de abril de 2008

Os quatro elementos


Fosse a vida um manancial,
Bebe-la-ia toda num gole só,
Feito louco sedento diante de um copo d'água.

Fosse ela chama,
Me deixaria consumir por ela, lentamente,
Feito borracha teimosa.

Fosse ela terra,
A distribuiria entre os miseráveis,
Feito latifúndio tomado à força,
Me contentando com o amplo espaço de sete palmos.

Fosse ela ar,
Me volatizaria, misturando-me a ela,
E feito gás carbônico,
Castigaria as narinas da humanidade,
Com meu perfume hostil.

Um comentário:

Érico Marin disse...

De que vida você está falando? A vida-água e a vida-chama (contradições?) parecem interessar ao indivíduo. Já a vida-terra e a vida-ar parecem ser vidas dedicadas à humanidade... Talvez esteja dito que o eu-lírico queira a vida intensa, onde se consumir, ao mesmo tempo que queria que a vida pudesse ser usada para resolver as mazelas deste mundo (!). Será que é isso?!!