Os maiores subversivos da História
Ou meios de manutenção da ordem imposta?
Eternos inconformados ou formadores de conformistas?
E o que eles professam, afinal?
Sobre seus ombros pesa toda responsabilidade insana
Que lhe legaram injustamente
De transformar todo o estado das coisas.
E para convencê-lo da honra que seja cumprir tal missão,
Quase sempre procuram bajulá-lo hipocritamente,
Com títulos e adjetivos,
Que não condizem em nada com a vocação sincera de sua alma.
Chamam-lhe mestre,
Afirmam veementemente que seu ofício é na verdade um sacerdócio...
Quanto absurdo!
E pensam mesmo as massas que o professor é isso:
Quase que uma visão metafórica,
Um ser débil, que precisa constantemente ser reanimado
Por novas e velhas mentiras,
Logo ele, que odeia as unanimidades burras,
E caminha sempre e solitário rumo à verdade.
Querem canonizá-lo,
Fazendo-o assim refém de suas fraquezas.
Sim, o professor é um ser humano,
Ainda que o neguem tanto o Estado,
E por vezes ele próprio,
Agindo com pretensão desmedida e, diria eu, masoquista.
Mas é também, ou o são apenas os autênticos,
Seres inquietos, desejosos de mudanças,
Urgentes e necessárias.
A começar pelo tratamento que a sociedade tem lhe dado,
O mesmo que ela oferece aos seus santos bastardos:
A grandiosidade reverente dos títulos sacro-santos,
E o sacrilégio das esmolas furtadas, ainda que diante de sua imagem.
Sem se falar nas atrocidades cometidas,
Por amor e em seu nome.
Basta!
O professor não é nada disso,
que os autorezinhos medíocres de livros de auto-ajuda propagam impiedosamente,
Nem tão pouco os heróis dessa nação inculta.
O professor é a tentativa diária da resistência,
Já que diariamente tentam aniquilá-lo,
Com investidas cruéis para promover a segregação da classe,
Ou simples “cala-boca”, quando diante do horror da greve...
Mas resta saber:
Seria ele tão nocivo assim?
Se não o for, certamente que não será digno de chamar-se PROFESSOR.
3 comentários:
Ai se resume em poucas palavras qual o verdadeiro significado do nosso trabalho. Muito bem Ana!
beijos
Ana,
Suas palavras personificam a nossa utopia fortalecida com as palavras do mestre Paulo Freire:
"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."
PARABÈNS...
A subversão é o caminho. Parabéns, Ana. Seus textos são imperdíveis.
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