quinta-feira, 23 de julho de 2009

SEM MOTIVO

Às vezes, sinto uma dor tão aguda,
que me emudece,
tira o ar,
desespera,
e é quase sempre sem motivo.

É o parto da poesia,
que é de motivo nenhum que ela nasce,
pra finalidade nenhuma,
a não ser, amenizar a dor que sua latência causa ao poeta.

Um comentário:

Érico Marin disse...

Este tema é corrente na sua poesia, não? A agonia de se conceber o poema. Gostei da sua conclusão sobre a poesia: vem do nada e vai para lugar nenhum. Muitas vezes isso é frustrante. Belo retrato do instante em que o poeta dá à luz uma nova criatura feita de palaveras, ritmo e subjetividade.