segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A máquina - contradições em série




- Como pode esta máquina regurgitar tanto?

Tanto hambúrguer,

E tanta insensatez;

Tanta batata frita,

E tanto ódio;

Tanta coca-cola,

E tanta sede;

Tanto catchup,

E tantos genocídios;

Tanto lanche feliz,

E tantas porções de crianças;

Tanta simpatia,

E tanta indiferença;

Tanta cortesia,

E tanta cólera;

Tantos alvos uniformes,

E tanta humilhação;

Tanto confeito colorido,

E tanta hipocrisia;

Tanto sorvete,

E tanta náusea;

Tanta calda adocicada,

E tantas lágrimas amargas;

Tanto plástico,

E tantos pretextos;

Tantos sorrisos,

E tanto lixo;

Tanto guardanapo,

E tanta sujeira.

- Como pode esta máquina engolir tanto níquel, e cuspir só pobreza?

E ainda...

- Quando tempo permanecerá a criança imunda com o rosto colado no vidro altivo, que separa e guarda estas desgraçadas delícias?

Provavelmente apenas o tempo de um segurança, bem vestido com seu terno de fantasia, e os bolsos vazios de proletariado, vir retirá-la dali.

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