É preciso, é urgente subverter
A toda essa desordem imposta
Às ordens do mal
A todo esse caos, ao qual se atribuiu nome próprio.
Já que subverteram a essência de todas as coisas,
De quase todas as pessoas,
Maculando para sempre o Ser humano.
Por que não subverter?
Se até mesmo o amor,
Foi subvertido,
Invertido em indiferença.
Se as palavras reduziram-se a armas ferozes
E soam como ecos de mentiras,
Completamente vazias de significação.
E até mesmo a voz do algoz
Já não soa tão tremenda,
Ela se resume a pequenas vibrações insignificantes
A ressoar em cordas vocais cansadas de discursos intermináveis.
Se até mesmo o algoz subverteu-se
Rendeu-se
A outros novos algozes
Também manipuláveis e manipulados.
Por que não subverter-se
Até mesmo de subverter
Vertendo vida em forma de justiça e poesia?
Por que calar as palavras
Que ainda resistem sinceras,
Sufocando o inevitável...
O tempo é de sub-versão,
Até mesmo na grafia,
Que o tempo é de guerra e desassossego,
De ódio e de indiferença,
De ostentação e subdesenvolvimento,
De fome e sede insaciáveis
de amor.
Um comentário:
Um convite à revolução? Este é o tempo da subversão? Quem sabe... Mas, realmente, "o amor foi subvertido, invertido em indiferença" e as "palavras reduziram-se a armas ferozes". Belo resumo destes tempos - "De fome e sede insaciáveis de amor"...
Postar um comentário