segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

SUB

É preciso, é urgente subverter

A toda essa desordem imposta

Às ordens do mal

A todo esse caos, ao qual se atribuiu nome próprio.

Já que subverteram a essência de todas as coisas,

De quase todas as pessoas,

Maculando para sempre o Ser humano.

Por que não subverter?

Se até mesmo o amor,

Foi subvertido,

Invertido em indiferença.

Se as palavras reduziram-se a armas ferozes

E soam como ecos de mentiras,

Completamente vazias de significação.

E até mesmo a voz do algoz

Já não soa tão tremenda,

Ela se resume a pequenas vibrações insignificantes

A ressoar em cordas vocais cansadas de discursos intermináveis.

Se até mesmo o algoz subverteu-se

Rendeu-se

A outros novos algozes

Também manipuláveis e manipulados.

Por que não subverter-se

Até mesmo de subverter

Vertendo vida em forma de justiça e poesia?

Por que calar as palavras

Que ainda resistem sinceras,

Sufocando o inevitável...

O tempo é de sub-versão,

Até mesmo na grafia,

Que o tempo é de guerra e desassossego,

De ódio e de indiferença,

De ostentação e subdesenvolvimento,

De fome e sede insaciáveis

de amor.

Um comentário:

Érico Marin disse...

Um convite à revolução? Este é o tempo da subversão? Quem sabe... Mas, realmente, "o amor foi subvertido, invertido em indiferença" e as "palavras reduziram-se a armas ferozes". Belo resumo destes tempos - "De fome e sede insaciáveis de amor"...