quarta-feira, 28 de maio de 2008

À margem


Luzes fluidas percorrendo as águas,
Azuis, alaranjadas
São postes e suas lâmpadas.

Tremulando, parecem vivas e mágicas,
Contudo, incapazes de atender aos meus desejos.

Da outra margem, vêm ruídos esparsos
De conversas e copos e alguma música.
Eles sugerem alegria.

Os rostos nas mesas
E perambulando entre os carros, também.

Há multidão de rostos e carros
Que, com seus faróis acesos
Entretêm meus olhos,
Num movimento quase que hipnótico.

Contemplo essa cena toda, de longe,
Da outra margem,
A margem silenciosa,
Quase deserta, quase irreal.

Sempre gostei mais desse lado do lago...

Do lado de cá,
A gente é mais verdadeiro.

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